16/03/2021
Comerciantes preveem crise demorada, diz dirigente
Marineves da Silva Barros Souza, vice-presidente da associação comercial de Pompeia, preocupada com a situação
A vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Pompeia, Marineves da Silva Barros Souza, ficou surpresa com recente pesquisa da Datafolha, que apresenta o índice de 69% dos entrevistados acreditando que a crise será longa. “Precisamos nos preparar para não ser surpreendidos”, alertou a dirigente pompeiana ao observar os números apresentados pelos entrevistados. “Em relação ao desemprego, de acordo com levantamento 55% esperam um aumento no índice nos próximos meses”, apontou outro aspecto preocupante que precisa ser avaliado. “O que não podemos é continuar refém desta situação de abre e fecha, e agora mais fecha do que abre”, reclamou o presidente da associação comercial local, Rinaldo José Traskini, preocupado com o prolongamento da crise. “Se não houver um respiro, o empresariado não aguentará”, criticou.
De acordo com a crise econômica e do ritmo lento de vacinação no Brasil, a expectativa das micro e pequenas indústrias para a retomada da economia segue lenta, e sem uma esperança de melhoria imediata, segundo a vice-presidente da diretoria que é do segmento de confecção e assessórios. “O comerciante já está sentindo na pele a falta do consumidor e essa maneira ruim de trabalhar com base na cor da fase”, reclamou Marineves da Silva Barros Souza, que acredita ser a pesquisa um reflexo aprofundado da crise, com os impactos, como aumento das demissões, diminuição do poder de compra, queda na demanda e no consumo. “Algo precisará acontecer para estimular o empresariado de forma rápida”, acredita a vice-presidente da diretoria da associação comercial.
Sobre os números apresentados, apenas 27% dos entrevistados acreditam que o pior já passou e haverá retomada nos próximos meses. Enquanto isso, somente 1% aponta que o cenário negativo passou e não afeta mais os negócios. A expectativa para a retomada da economia brasileira também é pouco esperançosa. Dentre as indústrias, 30% esperam que a situação do Brasil vai ficar como está. Para 38%, a expectativa é de melhora e 28% acreditam que o cenário vai piorar. “O quadro fica mais preocupante em relação ao desemprego, quando 55% esperam um aumento no índice nos próximos meses e 29% acreditam que os números devem permanecer estáveis”, falou a dirigente de Pompeia ao fazer o alerta para que os empresários pensem bem antes de tomar qualquer atitude. “Se não houver uma surpresa boa, a situação pode ficar difícil”, disse em tom preocupante.
Para Marineves da Silva Barros Souza o retorno imediato do auxílio emergencial pode melhorar, um pouco, a economia em geral, e será importante para o comércio generalizado. “A inflação já começou a se mostrar e com mais dinheiro circulando no comércio isso pode amenizar a situação”, falou ao aguardar uma posição dos governos Estadual e Federal, quanto aos débitos tributários e linhas de crédito. “Não vejo outra alternativa a não ser a vacinação em massa em ritmo acelerado para a retomada da economia”, falou em tom de esperança com a mudança do ministro da saúde. “Ficar fechado com despesas fixas, como energia elétrica, locação, salários e outros, é impossível aguentar por tanto tempo”, resumiu.