04/06/2020
Dirigente reclama da dificuldade de acesso
Marineves Souza, vice-presidente da associação comercial de Pompeia, fala sobre pesquisa sobre crédito empresarial
A vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial de Pompeia, Marineves da Silva Barros Souza, observou recente pesquisa realizada pelo Sebrae, com parceria da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em que empresários de todo o Brasil tem encontrado dificuldades no acesso ao crédito disponibilizado. “A ampliação dos impactos econômicos da crise provocada pelo novo coronavírus tem levado um número maior de donos de pequenas empresas a buscar empréstimo para manter o próprio negócio”, disse a dirigente que verificou o estudo que mostra 86% dos empreendedores pesquisados, que buscaram e tiveram o empréstimo negado ou ainda têm seus pedidos em análise. “Isso causa insegurança e provoca uma decisão precipitada”, disse em tom de preocupação a dirigente pompeiana que é a favor da manutenção de empresas e empregos, apesar de tudo.
A pesquisa, realizada entre 30 de abril e 5 de maio, ouviu 10.384 microempreendedores individuais (MEI) e donos de micro e pequenas empresas de todo o país. Essa é a terceira edição de uma série iniciada pelo Sebrae no mês de março, pouco depois do anúncio dos primeiros casos da doença no país. O levantamento confirma uma tendência já identificada em outras pesquisas, de que os donos de pequenos negócios têm – historicamente – uma cultura de evitar a busca de empréstimo. “Nunca foi a melhor alternativa emprestar dinheiro”, falou a empresária que faz parte da associação comercial e observa que, 62% não buscaram crédito desde o começo da crise. Dos que buscaram, 88% o fizeram em instituições bancárias.
O estudo mostra que entre os que procuraram em fontes alternativas, parentes e amigos (43%) são a fonte de empréstimos mais citada, seguidos de instituições de microcrédito (23%) e negociação de dívidas com fornecedores (16%). “Esse comportamento pode ter diversas razões, entre elas: as elevadas taxas de juros praticadas pelas instituições financeiras; o excesso de burocracia ou a falta de garantias por parte das pequenas empresas”, acredita Marineves da Silva Barros Souza que pede cautela ao empresariado pompeiano, principalmente neste momento de crise generalizada. “É preciso conversar e estudar muito antes de tomar uma decisão em buscar dinheiro no mercado”, sugere a vice-presidente da associação comercial. “Temos na entidade um serviço de assessoria neste sentido, com advogado e contador, que é bom ouvi-los antes”, apontou a dirigente. A 3ª Pesquisa do Impacto do Coronavírus nos Pequenos Negócios mostrou que os mais demandados, desde o início da crise, foram os bancos públicos (63%), seguidos dos bancos privados (57%) e cooperativas de crédito (10%).
Esta mesma pesquisa apresentada pelo Sebrae revela que as medidas de isolamento recomendadas pelas autoridades de saúde atingiram a quase totalidade dos pequenos negócios. 44% interromperam a operação do negócio, pois dependem do funcionamento presencial. Outros 32% mantêm funcionamento com auxílio de ferramentas digitais e 12% mantêm funcionamento, apesar de não contar com estrutura de tecnologia digital. Apenas 11% conseguiram manter a operação sem alterações, por outras razões, entre segmentos listados como serviços essenciais. “Foram 89% dos entrevistados que apontaram queda na receita mensal”, mostrou. “Isso é o que mais preocupa em todos os sentidos”, disse Marineves da Silva Barros Souza que aguarda novas pesquisas com o relaxamento da quarentena.