15/04/2020
Crédito é para estar disponível, diz Associação Comercial
Rinaldo José Traskini, presidente da associação comercial de Pompeia, pede cautela antes de se comprometer com empréstimos
O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Pompeia, Rinaldo José Traskini, recebeu a informação de que serão disponibilizados R$ 40 bilhões de crédito com taxa de juros de 3,75% ao ano, para o programa de financiamento da folha de pagamento para pequenas e médias empresas, que foi regulamentado no dia 06 de Abril pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em reunião extraordinária. Com isso, as empresas já podem pedir o empréstimo aos bancos. “Tenho certeza que existem muitos empresários preocupados com este tipo de situação”, disse o dirigente pompeiano preocupado com o fechamento generalizado do comércio, em que muitas empresas terão que recorrer a empréstimos bancários para pagar a folha de pagamento.
Cerca de 1,4 milhão de pequenas e médias empresas, que empregam 12,2 milhões de trabalhadores que ganham até dois salários mínimos, receberão R$ 40 bilhões de crédito com juros baixos para manter a folha de pagamento por dois meses. O limite de financiamento é de dois salários mínimos. Ou seja, se o trabalhador ganha mais de dois salários mínimos, a empresa terá de complementar o salário. Ao contratar o crédito, a empresa assume o compromisso de não demitir o funcionário nesse período de dois meses. A taxa de juros será de 3,75% ao ano (atual taxa Selic), com seis meses de carência e 36 meses para o pagamento. “Uma alternativa que deve ser bem pensada pela empresa”, alertou o dirigente da associação comercial ao sugerir muito cuidado ao fazer um empréstimo bancário.
Os recursos virão do Tesouro Nacional (85%) e das instituições financeiras participantes (15%). Em caso de inadimplência, as perdas serão absorvidas pelo Tesouro e pelos bancos participantes nessa mesma proporção. A União, por meio do Tesouro Nacional, aportará até R$ 34 bilhões no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que atuará como agente financeiro da União no programa. As instituições financeiras participantes poderão conceder operações de crédito no âmbito do programa até 30 de junho de 2020. As pequenas e médias terão carência de seis meses para começar a pagar e um prazo de 30 meses para pagamento, totalizando 36 meses.
Segundo o Banco Central “para assegurar a destinação dos recursos e o cumprimento dos objetivos do programa, empresas e sociedades beneficiárias deverão ter as folhas de pagamento processadas pelas instituições financeiras participantes, além de se comprometerem a prestar informações verídicas e a não utilizar os recursos para finalidades distintas do pagamento de seus empregados. Os recursos tomados serão depositados diretamente nas contas dos funcionários”.
De acordo com Rinaldo José Traskini o empresário deve estudar bastante a situação da empresa antes de efetuar um empréstimo bancário, lembrando sempre que isso terá que ser pago futuramente. “Existem alguns comerciantes que confundem postergar ou prorrogar, com isenção de impostos”, alertou. “O Governo, seja ele qual for, não está isentando imposto algum e sim alongando o recebimento”, disse. “O Governo vai querer receber futuramente e o empresário terá que pagar cedo ou tarde”, alertou ao ratificar o pedido para que o comerciante pense bem antes de fazer o empréstimo bancários seja para a folha de pagamento ou para liquidação de impostos.