03/04/2019
Trimestre cresce 1,1%, diz dirigente de Pompeia
Movimento no comércio varejista é instável por causa do comportamento do Governo, diz dirigente pompeense
Diante das incertezas econômicas e principalmente políticas, o presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACE) de Pompeia, Rinaldo José Traskini, disse que a queda de 4,4% no varejo relativo a março e o crescimento de 1,1% no trimestre, revelados pelo Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo, que servem de parâmetro para todo o Brasil, em virtude de concentrar o maior número de lojas e consumidores na América Latina, são considerados como um alerta em virtude dos últimos acontecimentos. “A reforma da previdência está afetando o empresariado em geral”, anunciou o dirigente de Pompeia ao fazer o alerta e observar os números apresentados. “O Governo precisa sinalizar segurança para que as empresas se estabilizem”, falou ao chamar a atenção para o fato que pode, ou não, se agravar. “Ninguém sabe, e isso não é bom”, afirmou.
De acordo com o levantamento feito, tanto o sistema a prazo (-5,8%) quanto à vista (-2,9%) declinaram no mês passado. Para o economista da associação comercial paulistana, Marcel Solimeo, dois efeitos-calendários contribuíram para o resultado negativo: o dia útil a menos em março de 2019 e a data móvel do Carnaval (que em 2018 caiu em fevereiro e, neste ano, em março). "O Carnaval é uma data comercial fraca para o varejo como um todo", ressaltou o especialista ao justificar os números apresentados pela pesquisa, já que no período acumulado de janeiro a março de 2019 as vendas cresceram em média 1,1% (na comparação anual). "O dado trimestral elimina o efeito-calendário do Carnaval e outras sazonalidades", diz Marcel Solimeo.
Os dois dirigentes, o pompeense e o paulistano, concordam que o ritmo de recuperação da economia está bem lento neste início de ano em função do recuo na confiança do consumidor, do lento crescimento da massa salarial e do enfraquecimento da indústria ― que abalam a geração de emprego. "Isso em São Paulo, onde inclusive houve o fechamento de indústria automotiva, ramo muito forte no estado, e que vem perdendo força", lamentou o economista. “Em Pompeia a instabilidade do Governo prejudica o planejamento a médio e longo prazos o que atrapalha nos negócios atuais”, comentou o dirigente da associação comercial de Pompeia.
A Reforma da Previdência passa a ser o pivô do problema. De acordo Marcel Solimeo "isso só será revertido com aprovação das reformas ― em especial a da Previdência ―, para que o Banco Central possa baixar mais os juros e flexibilizar a política monetária", disse ao fazer uma previsão para os próximos meses. “O comportamento do Governo é que causa a incerteza, pois, a cada semana aparece algo novo que enfraquece o pensamento de que a reforma sairá”, disse Rinaldo José Traskini que vem acompanhando os noticiários para saber os rumos da economia e a performance do varejo em geral.
CRESCIMENTO - Em comparação com fevereiro, as vendas subiram em média 7,4% em março, considerado anormal, pois, normalmente varia entre 10% e 15% nessa época do ano. O sistema à vista caiu 1,2%; já as vendas a prazo saltaram 15,9% puxadas pela base fraca de fevereiro: o consumidor aproveitou para comprar itens de maior valor parcelados na Black Friday no final de 2018 e nas liquidações de janeiro de 2019, derrubando as vendas a crédito em fevereiro. O Balanço de Vendas é elaborado pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP com base em amostra da Boa Vista SCPC.